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AUMENTA-NOS A FÉ

Seria essa a correta expressão a ser verbalizada pelos discípulos de Jesus Cristo no contexto em questão? Precisamos, de fato, de uma fé aumentada, acrescentada?


O texto em questão se insere no ambiente que chamamos de a “grande viagem à Jerusalém” (9: 51 – 19: 27). Na mesma, observamos as exigências, desafios, e obstáculos próprios da caminhada daqueles que optaram pelo seguimento de Jesus. 

Ali, pedagogicamente, vemos refletir o caminho das primeiras comunidades cristãs, em meio às suas crises que, ainda hoje, se comunicam com as nossas e desafios a serem transpostos na senda também trilhada por nós.

São os apóstolos os que estão mais próximos do Senhor na tela que o Evangelho nos apresenta. Frente a uma dificuldade – a de perdoar – os mesmos suplicam: “aumenta-nos a fé!” Eles desejam ter mais fé. 

Curiosamente, raciocinam a partir da variável “quantidade”. Criam, os mesmos, ser necessária uma grande fé, uma robusta fé, para que as mazelas presentes na trajetória pudessem ser superadas, solucionadas.

Jesus Cristo os responde com uma parábola. Tal qual em outros momentos, os provoca e, consequentemente, apresenta uma preciosa lição aos seus discípulos, bem como a nós ainda hoje. 

Jesus retira dos seus seguidores o conceito de maior ou menor em termos de fé, e os apresenta uma nova dimensão: a da “qualidade”. Noutras palavras, a exigência não passa por ter muita ou pouca fé, mas em se ter uma fé genuína, real, verdadeira.

O grão de mostarda era proverbial por seu tamanho pequenino; era o menor grão, dos grãos conhecidos naquela época. Já a amoreira – a árvore que aparece na narrativa – possuía raízes tão profundas, que nos escritos rabínicos havia registros de que as mesmas ficariam na terra por seiscentos anos, de tão arraigadas que eram. 

Nesse sentido, o que o texto nos ensina é que a fé, se genuína, independente do seu tamanho, pode realizar aquilo que a experiência, a razão, e até mesmo a probabilidade, negariam. Não é tanto uma grande fé em Deus que é exigida, mas a fé num Deus grande, num Deus que é Senhor de tudo e de todos.

Somente uma fé assim seria capaz de reacender a chama no coração dos discípulos. Conosco, nada é diferente. Eis a nossa experiência cotidiana: no seguimento a Jesus Cristo, a vida se encarrega de nos mostrar quão fraca é a nossa fé; caímos, traímos a nós mesmos, somos incoerentes, recaímos. 

Inúmeros podem ser os exemplos de momentos em que agimos com uma fé fragilizada e débil. Contudo, em Jesus Cristo, temos livre acesso ao Pai, e podemos, não por méritos próprios, pedir a Deus que nos dê uma fé inabalável, uma fé calcada na certeza e convicção de que, a despeito das tempestades próprias do viver, o Senhor vai à frente da minha e da tua vida. 

Como dom gratuito de Deus, Jesus Cristo caminha conosco, nutrindo, dia a dia em nosso coração, uma fé real e verdadeira.

Eis a fé genuína que tanto necessitamos; a fé que deve fazer parte da nossa existência enquanto autênticos servos e seguidores de Jesus Cristo. A mesma, segundo a própria Escritura, é “dom de Deus pra que ninguém se glorie” (Ef 2: 8). É Deus quem dá. 

O Senhor é quem planta tal fé em nós, e somente Ele pode fazê-lo. Seja essa a fé presente em nosso coração! Seja essa – a verdadeira fé – outorgada pelo próprio Deus a mim e a você! Tamanho, que importa? O importante é ser real.

Rev. Rodrigo Coelho | Pastor da Igreja Presbiteriana da Praia de Botafogo

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